Tecnologia orgânica protege soja e torna lavouras sustentáveis
O agronegócio brasileiro detém um conjunto de ferramentas e soluções tecnológicas para aumentar o controle da qualidade da soja. Contudo, a Plant Health Care, com seu braço no Brasil, deu um salto de inovação ao desenvolver uma tecnologia orgânica que aumenta o controle de ferrugem da soja, desde a germinação da planta até a colheita do grão, ampliando sua produtividade.
Sendo o primeiro peptídeo PREtec (Plant Response Elicitor technology) aprovado em território nacional pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), a tecnologia foi batizada pela Plant Health Care Brasil como Saori (“solo sagrado”) e, por enquanto, atende exclusivamente aos sojicultores brasileiros. O produto vai ser comercializado na safra 2021/2022 por meio de uma parceria inédita com a Nutrien Ag Solutions para lançar o novo tratamento de sementes de soja Saori no Brasil.
“Derivado de proteínas de ocorrência natural no meio ambiente, os peptídeos PREtec representam uma nova classe de tecnologia que estimula as defesas das plantas através de uma ação fisiológica, promovendo ativação da expressão gênica”, explica Sérgio de Almeida, gerente técnico e de regulamentação da PHC Brasil. Ele garante, a partir de estudos realizados pela empresa, que “há um aumento de 19% a 22% na eficácia do controle dos fungicidas sobre a doença”.
O Brasil é o maior produtor mundial de soja, com mais de 40 milhões de hectares (99 milhões de acres) com plantio previsto para a safra 2021/22. A ferrugem asiática da soja, causada pelo fungo Phakopsora pachyrhizi, é uma doença devastadora que pode levar à perda de produtividade da safra de até 90%. Os produtores de soja brasileiros gastaram US$ 2,85 bilhões no controle de doenças na safra 2019/20.
Tecnologia passa por testes contínuos
Para o desenvolvimento da tecnologia, a PHC Brasil realizou diversos ensaios de Saori no tratamento de sementes em safras anteriores conduzidos por um grupo de pesquisadores especializados em doenças da soja. Além disso, mantém novos estudos em andamento para avaliação do uso no controle a outras doenças da cultura, totalizando 34 ensaios nos estados do Rio Grande do Sul, Paraná, São Paulo, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás, Distrito Federal, Minas Gerais e Bahia.
“Trabalhamos há três safras com o Saori e pudemos observar que o produto aplicado via tratamento de sementes, junto a um programa de fungicida foliar, acrescenta um excelente controle da severidade da ferrugem asiática da soja. Já a aplicação no plantio, provoca um retardamento nos primeiros sintomas da doença”, destaca Paulo Henrique Orlandini Fedato, diretor da Plantec Laboratórios.
Para a pesquisadora Fernanda Cristina Juliatti, CEO da da Juliagro BG&P, a evolução registrada com o Saori foi mais que satisfatória: “na safra 2020/2021 observamos menor evolução de doenças como mancha-parda, mancha-alvo e ferrugem ao longo do ciclo da cultura. Essa melhor condição dada ao cultivo, permitiu que as plantas atingissem maiores produtividades de forma significativa, nos tratamentos com Saori”.
Nas regiões afetadas por ocorrências de ferrugem severa, como ocorre nos campos de soja do centro-oeste brasileiro, a PHC Brasil observou a menor incidência de ferrugem no baixeiro nos tratamentos que contaram com a adição do Saori, com visível redução da queda das folhas do baixeiro. Essa diferença visível na sanidade das folhas do baixeiro contribui para um enchimento maior dos grãos e, consequentemente, provocou um índice maior de produtividade. Tecnologia sustentável e compatível com as práticas agrícolas atuais, chega como uma grande aliada ao produtor, protegendo a cultura desde o início da safra.
“Conduzimos experimentos nas duas últimas safras na cultura da soja e verificamos sua efetividade no controle das principais doenças. Doses baixas, uso no tratamento de sementes e amplo espectro de ação, são algumas das características do Saori”, explica o pesquisador Luis Henrique Carregal, fitopatologista e CEO da Agro Carregal Pesquisa e Proteção de Plantas.